Momentos que são e não são,
que dizem e não dizem,
são nublados de nuvens e não-nuvens
ou de névoas e não-névoas.
20090112
20090108
Eco: oca
Mesmo preenchida com música folk nos fones e com falas de pessoas menores e maiores que estavam do outro lado (falas que às vezes se misturavam) e ainda de pensamentos que nunca se calam, o vento me fez ouvir que ele não queria dizer nada, mas que queria, mesmo assim, que eu prendesse minha atenção nos seus ruídos mais mínimos.
Tantas vezes fiquei sem pensar em nada só ouvindo o vento. Algumas vezes pensei em coisas que não são mais nada. Outras vezes pensei em coisas que ainda não se formaram em nada. E umas vezes em coisas que ainda são alguma coisa (são tão poucas!).
Eu senti por algum momento saudade daquilo que ainda nem vivi, como se eu já estivesse vivido tudo e já estivesse ido embora daquela vida também. Será que eu já estou velha e chata o bastante para nem tentar mais nada nesses sonhos? Já imagino como tudo vai ser, é sempre a mesma história girando e se revezando. Será que as pessoas escondem uma história secreta de mim? É(!): uma história com meios e afins diferentes: secretos, repousados, secos e em preto e branco.
Eu estou me sentindo tão oca: sou um eco dentro do meu próprio corpo.
Cubo-mágico, tranferidor, borracha branca e azul, cestinha de frutas, livro de poesia, sapatinho de pois ou flauta? Nada disso aí o vento me soprou. Ele só soprou enigmas e contextos inquietos... E eu que descubra o que fazer com o que ele soprou, oras!
O vidro da janela do carro aberto até a metade começou a me dar uma aflição. Foi que fechei o vidro por completo: me fechei no vidro por completa falta de ar. Tem que faltar um pouquinho de ar, eu acho. Se tenho ar demais começo a ficar cheia e não consigo viver. Incompleta por falta de ar, eu lembro disso também. Nossa, quanta coisa que eu achei que nem lembrava mais. Até dos meus patins eu comecei a lembrar: eu corria tanto querendo chegar em algum lugar (nem que fosse no céu ou no telhado do ginásio de esportes).
Foi que morri de tanto procurar o céu. E foi lá que eu o achei: bem azulzinho em p&b.
Tantas vezes fiquei sem pensar em nada só ouvindo o vento. Algumas vezes pensei em coisas que não são mais nada. Outras vezes pensei em coisas que ainda não se formaram em nada. E umas vezes em coisas que ainda são alguma coisa (são tão poucas!).
Eu senti por algum momento saudade daquilo que ainda nem vivi, como se eu já estivesse vivido tudo e já estivesse ido embora daquela vida também. Será que eu já estou velha e chata o bastante para nem tentar mais nada nesses sonhos? Já imagino como tudo vai ser, é sempre a mesma história girando e se revezando. Será que as pessoas escondem uma história secreta de mim? É(!): uma história com meios e afins diferentes: secretos, repousados, secos e em preto e branco.
Eu estou me sentindo tão oca: sou um eco dentro do meu próprio corpo.
Cubo-mágico, tranferidor, borracha branca e azul, cestinha de frutas, livro de poesia, sapatinho de pois ou flauta? Nada disso aí o vento me soprou. Ele só soprou enigmas e contextos inquietos... E eu que descubra o que fazer com o que ele soprou, oras!
O vidro da janela do carro aberto até a metade começou a me dar uma aflição. Foi que fechei o vidro por completo: me fechei no vidro por completa falta de ar. Tem que faltar um pouquinho de ar, eu acho. Se tenho ar demais começo a ficar cheia e não consigo viver. Incompleta por falta de ar, eu lembro disso também. Nossa, quanta coisa que eu achei que nem lembrava mais. Até dos meus patins eu comecei a lembrar: eu corria tanto querendo chegar em algum lugar (nem que fosse no céu ou no telhado do ginásio de esportes).
Foi que morri de tanto procurar o céu. E foi lá que eu o achei: bem azulzinho em p&b.
20090107
eu não consigo dormir.
poesia é tudo trapo velho que vem rasgado, sujo e cheio de mau-olhado, essa poesia toda da vida, das coisas bonitas e das coisas feias dá ânsia de vômito, olhares em estado de putrefação, que cheiram mal, cheiram pior que poesia de amor, todo fogo é meio louco, toda cabeça guarda um pouco de cachorro empoeirado, assim como cores cruas, cores de carne de bicho morto no meio estrada, até as coisas que cheiram bem, uma mesma aflição de coisa que é escondida, porque sinceridade tá em coisa feia, já viu, já vi.
enxaqueca não esconde o mundo, mostra, mostra que as coisas são sempre assim, que o mundo tá podre, eu sonhei e não é que o mundo é podre mesmo? eu vivo no meio de coisas tão legais, escondidas por cores bonitas ou por anseios de coisas melhores ou por amigos ou por comidas que dispensam qualquer outra coisa boa da vida, ser sozinha às vezes agonia, às vezes descansa os olhos de ter que ver coisa ruim fingindo que é boa.
cortei as unhas bem curtinhas pra parecer que as coisas velhas da vida foram separadas de mim, eu não quero mais pensar no que em qual onde e como, tudo misturado é bom e é ruim ao mesmo tempo, ar ar ar, eu quero dormir da vida um pouco, eu odeio baratas e eu adoro poesia.
enxaqueca não esconde o mundo, mostra, mostra que as coisas são sempre assim, que o mundo tá podre, eu sonhei e não é que o mundo é podre mesmo? eu vivo no meio de coisas tão legais, escondidas por cores bonitas ou por anseios de coisas melhores ou por amigos ou por comidas que dispensam qualquer outra coisa boa da vida, ser sozinha às vezes agonia, às vezes descansa os olhos de ter que ver coisa ruim fingindo que é boa.
cortei as unhas bem curtinhas pra parecer que as coisas velhas da vida foram separadas de mim, eu não quero mais pensar no que em qual onde e como, tudo misturado é bom e é ruim ao mesmo tempo, ar ar ar, eu quero dormir da vida um pouco, eu odeio baratas e eu adoro poesia.
raiva varia
tão engraçado como são as coisas: fixam boas comigo sozinha e mudam: fixam boas em dupla e mudam de novo. e sozinha e em dupla e assim sempre. sendo sozinha um modo de estar e não de viver. coisa estranha as coisas mudarem o tempo todo. são todas livres demais, é por isso. as coisas andam p&b: andam boas, mas perigosas: como sempre quando não fixam. mas quando fixam, mudam. o que é ruim de verdade? as coisas estão agora. e agora, aquela velha história: antes vive ou depois. coisa boa e coisa ruim andam juntas: pra poderem mudar, senão as coisas fixam e nada de voar de novo. mas no fim, quer saber, falta coisa nova: jeito novo das coisas mudarem: variar. é, variar um pouco essa coisa de fixar e de mudar. não fixa: quero coisas boas que não fixem. quero variar. que raiva das coisas que não variam. varia, não raiva.

20090105
mar de melzinho (todas as coisas juntas)
eu mal obedeço à mim mesma, vou querer obedecer ao mundo? larga disso, pensamento! que o mundo é pouco pro mel que cobre ele. coberta de mel: frio de doce: adocica país tropical. adocica essa gente que joga baixo e essa gente que o mundo engole sem conseguir fazer passar pela garganta. as coisas são dúbias: coisa chata ter que ficar prestando atenção pra não escorregar num mel estragado.
20081223
20081221
in(certeza): caminhar
1os caminhos incertos são mais __l__o__n__g__o__s__
2todos os caminhos são iNCerTos
3as incertezas estão todas no mesmo caminho~~~~~~~~
2todos os caminhos são iNCerTos
3as incertezas estão todas no mesmo caminho~~~~~~~~
leyla
leyla é vazia antes do almoço e cheia depois. só pára em pé cheia de comida. vazia, leyla não pára quieta porque está a se esvaziar das palavras. quando leyla está vazia, ela fala. quando leyla está cheia, ela silencia. leyla almoça palavras de comida para parar em pé. e na fala de novo se esvazia, pois já está noutro dia.
[leu luio)
m e i o c h e i o
m e i o l e i g o
t e m r e c h e i o
s e m r e c e i o
m e i o m e i g o
[ l u i l e u i o )
eu, mundo e fim (ou filme)
eu vou aprendendo que o tempo é uma coisa louca mesmo. depois que vi o homem vendo sua própria morte enquanto menino pensei em duas coisas: 1quando eu encontro pessoas na rua, pessoas desconhecidas, uma delas pode ser eu mais velha ou eu mais nova, ou as duas coisas, ou várias delas, ou ainda eu de outras maneiras por viver em épocas culturalmente e de espíritos distantes 2uma hora ou outra pode ser possível eu pegar um caminho para onde nunca fui? e então não me encontrar na rua ou em outros lugares em outras épocas e conhecer pessoas que nunca conheci e me apaixonar por isso de estar sozinha e longe até de mim mesma?
que coisa estranha é esta das pessoas estarem sempre presas aos blocos da vida... eu ando e penso que as pessoas são só da minha cabeça. é, mais ou menos isso. se eu resolver mudar a minha cabeça as pessoas vão mudar também. e eu vou ser aquela outra-eu que esbarrou em mim enquanto eu caminhava no super-mercado procurando o iogurte perfeito para o dia de hoje. parece uma coisa meio egocêntrica dizer que eu me encontro por aí nas outras pessoas. mas a verdade é que as coisas são egocêntricas. e alguém consegue pensar no outro sem se colocar no lugar dele? numa dessas somos todos a mesma pessoa em fases da vida diferentes.
eu gosto de experimentar raízes. não só raízes amargas ou adocicadas ou salgadas. às vezes eu gosto de pensar só nas texturas. mas o que eu gosto mesmo é de procurar raíz que não tem fim. aquele tipo de raíz que termina só depois do fim das pessoas. o meu fim é menos e o fim da raíz é mais. e o mais legal de tudo é saber que alimentando a raíz ela vai crescendo e acaba ficando maior que todo mundo junto. é difícil de acreditar, eu sei. mas tudo depende do objetivo quando se está experimentando. quando a textura é boa mesmo o meu objetivo é não alcançar o fim. mas mesmo que eu alcance eu faço de conta: ah, que fim você acha que é pra já ir chegando assim?
que coisa estranha é esta das pessoas estarem sempre presas aos blocos da vida... eu ando e penso que as pessoas são só da minha cabeça. é, mais ou menos isso. se eu resolver mudar a minha cabeça as pessoas vão mudar também. e eu vou ser aquela outra-eu que esbarrou em mim enquanto eu caminhava no super-mercado procurando o iogurte perfeito para o dia de hoje. parece uma coisa meio egocêntrica dizer que eu me encontro por aí nas outras pessoas. mas a verdade é que as coisas são egocêntricas. e alguém consegue pensar no outro sem se colocar no lugar dele? numa dessas somos todos a mesma pessoa em fases da vida diferentes.
eu gosto de experimentar raízes. não só raízes amargas ou adocicadas ou salgadas. às vezes eu gosto de pensar só nas texturas. mas o que eu gosto mesmo é de procurar raíz que não tem fim. aquele tipo de raíz que termina só depois do fim das pessoas. o meu fim é menos e o fim da raíz é mais. e o mais legal de tudo é saber que alimentando a raíz ela vai crescendo e acaba ficando maior que todo mundo junto. é difícil de acreditar, eu sei. mas tudo depende do objetivo quando se está experimentando. quando a textura é boa mesmo o meu objetivo é não alcançar o fim. mas mesmo que eu alcance eu faço de conta: ah, que fim você acha que é pra já ir chegando assim?
elogio à preguiça
Já me chamaram de bicha-preguiça
mesmo eu não comendo lingüiça.
Sonhei até em dormir para sempre,
mas nem aconteceu que eu me lembre...
Lingüiça é língua que enguiça?
mesmo eu não comendo lingüiça.
Sonhei até em dormir para sempre,
mas nem aconteceu que eu me lembre...
Lingüiça é língua que enguiça?
20081219
grávido caminho grave
cada passo era mais devagar que o último. quase parei. mas voltei a andar fazendo mais pressão contra o chão. diminui a velocidade de novo. bem devagar. bem devagar mesmo. diminui devagar e aumentei com pressão. a pressão servia pro caminho ficar mais macio. e grave.
o caminho ficou tão longo. a rua ficava cada vez mais comprida. parecia que quanto mais eu andava mais longe de casa eu estava. como um sapato que era novo e ficou velho. laceou. esta é a palavra certa para rua de hoje. laceada. eu andava e laceava a rua. e ela ficava longe até dos meus pés.
os meus movimentos estavam tão lentos que eu percebi coisas que nunca tinha percebido. vi uma casa que não tinha telhado na frente. atrás a casa o tinha. pisei devagar e respirei rápido. ela era algo novo e pedia para eu tratá-la de maneira diferente das outras vezes. eu caminhei um pouco mais rápido. contrastei com a pisada lenta. pisei lento como se não tivesse gravidade.
o caminho estava grávido de passos lentos e pisadas fortes. e depois pisadas leves. e então fortes. e então leves. leves como dançar balé de um jeito livre. o pica-pau dançava balé de um jeito livre na minha cabeça enquanto eu via o mapa da áfrica no meu vômito. mas esqueci de me concentrar no gato que saiu por trás do lixeiro. lembrei que o caminho teria muitos passos ainda pela frente. mesmo grávido de coisas graves. ou leves. ou fortes. o caminho estava parindo os meus passos.
esse caminho estava anoitecido por horas. amortecido. laceado e amaciado.
desse caminho nasceu também uma barata gigante. a barata estava me esperando em casa. já entrei com passos que pressionavam o chão contra o mundo. a barata se escondia e me enganava. eu jurava que ela tinha entrado no cesto da roupa suja. e isso era a coisa mais horripilante que podia acontecer. pior que tirar pica-pau dançando balé da cabeça.
não! o caminho me trouxe para conhecer uma barata não tão covarde assim. ela não daria um golpe tão baixo em mim. ela passeou com passos leves e fortes e outra vez leves e outra vez fortes pela casa. o banheiro foi o mais pisado. ela foi por cantos e por lugares estreitos e duros. eu procurava a maldita sebosa e ela fazia questão de não aparecer. até que eu resolvi buscar a vassoura para me auxiliar junto com o chinelo. ele não saía por um segundo da minha mão.
antes de buscar a vassoura e me distanciar do local do crime eu verifiquei que a monstrenga estava atrás da minha caixa com o quit para depilação. e saí rápido para voltar rápido. mas quando voltei, não! ela não estava mais por lá. fiquei tempos olhando. ela passou então suas gosmentas antenas por baixo da porta. ela tinha esperanças que eu não sabia onde ela tinha se metido. metida.
foi, então, que a insolente achou que aqueles passos rápidos iriam adentrar o meu quarto cheiroso e virgem de pisadas nojentas? aquele momento era a minha chance. confesso que foi horrível. minha primeira vez se preencheu de muitos golpes. nem tão certeiros assim. eu não queria que ela sofresse, mas eu não tinha outra maneira de vencê-la. ela estava no meu território. não era minha a culpa. espero que a família dela ache que ela foi viajar e nunca mais voltou. ela foi para a áfrica. ui.
o caminho ficou tão longo. a rua ficava cada vez mais comprida. parecia que quanto mais eu andava mais longe de casa eu estava. como um sapato que era novo e ficou velho. laceou. esta é a palavra certa para rua de hoje. laceada. eu andava e laceava a rua. e ela ficava longe até dos meus pés.
os meus movimentos estavam tão lentos que eu percebi coisas que nunca tinha percebido. vi uma casa que não tinha telhado na frente. atrás a casa o tinha. pisei devagar e respirei rápido. ela era algo novo e pedia para eu tratá-la de maneira diferente das outras vezes. eu caminhei um pouco mais rápido. contrastei com a pisada lenta. pisei lento como se não tivesse gravidade.
o caminho estava grávido de passos lentos e pisadas fortes. e depois pisadas leves. e então fortes. e então leves. leves como dançar balé de um jeito livre. o pica-pau dançava balé de um jeito livre na minha cabeça enquanto eu via o mapa da áfrica no meu vômito. mas esqueci de me concentrar no gato que saiu por trás do lixeiro. lembrei que o caminho teria muitos passos ainda pela frente. mesmo grávido de coisas graves. ou leves. ou fortes. o caminho estava parindo os meus passos.
esse caminho estava anoitecido por horas. amortecido. laceado e amaciado.
desse caminho nasceu também uma barata gigante. a barata estava me esperando em casa. já entrei com passos que pressionavam o chão contra o mundo. a barata se escondia e me enganava. eu jurava que ela tinha entrado no cesto da roupa suja. e isso era a coisa mais horripilante que podia acontecer. pior que tirar pica-pau dançando balé da cabeça.
não! o caminho me trouxe para conhecer uma barata não tão covarde assim. ela não daria um golpe tão baixo em mim. ela passeou com passos leves e fortes e outra vez leves e outra vez fortes pela casa. o banheiro foi o mais pisado. ela foi por cantos e por lugares estreitos e duros. eu procurava a maldita sebosa e ela fazia questão de não aparecer. até que eu resolvi buscar a vassoura para me auxiliar junto com o chinelo. ele não saía por um segundo da minha mão.
antes de buscar a vassoura e me distanciar do local do crime eu verifiquei que a monstrenga estava atrás da minha caixa com o quit para depilação. e saí rápido para voltar rápido. mas quando voltei, não! ela não estava mais por lá. fiquei tempos olhando. ela passou então suas gosmentas antenas por baixo da porta. ela tinha esperanças que eu não sabia onde ela tinha se metido. metida.
foi, então, que a insolente achou que aqueles passos rápidos iriam adentrar o meu quarto cheiroso e virgem de pisadas nojentas? aquele momento era a minha chance. confesso que foi horrível. minha primeira vez se preencheu de muitos golpes. nem tão certeiros assim. eu não queria que ela sofresse, mas eu não tinha outra maneira de vencê-la. ela estava no meu território. não era minha a culpa. espero que a família dela ache que ela foi viajar e nunca mais voltou. ela foi para a áfrica. ui.
20081205
[eu me desdobro]
procurei procurei procurei: vidafranzida. e lá eu frazirei de maneiras mais ou menos franzidas de vida.
a paula apalpa e lava as palavras e as larvas
pal avras
pau la
lar vas
pau la
lar vas
pal avras
pau lar
la avras
pal vas
la vas
pal avras
pau lar
pau la
lar vas
pau la
lar vas
pal avras
pau lar
la avras
pal vas
la vas
pal avras
pau lar
20081202
casa, coisa, mundo, chuva, alma, fome e sede
o mundo está faminto. e come. é isso que eu vejo nas notícias: o mundo comendo as casas e as pessoas. o mundo comendo a alma das pessoas que roubam as pessoas que chovem por dentro. a terra do mundo ficou mais macia. ficou tão macia que ficou apetitosa. o céu não a quis mais seca. e então a terra desabou dentro do mundo. dentro de todo mundo. em cima das casas e das coisas. o mundo não pára de ter fome de terra. a terra está se comendo. e a terra vai sumir dentro dela mesma. assim como as pessoas que estão desabadas. e desalmadas. porque as pessoas se dividiram em duas. as que querem as coisas e as que querem as casas de volta. o mundo está para secar a água toda. o mundo há de ter sede. e há de beber essa água e deixar a terra seca de novo. e deixar os olhos das pessoas secos também. e as almas? as almas já estão dentro do mundo. as almas o mundo não vomita mais.
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