Acabei de desenhar e cortar cinco diferentes planificações, sendo que todas elas montam um só tipo de caixa, por isso se eu morresse hoje de pressão baixa, pelo menos tive uma noite bonita de micro-sensações em que montei e desmontei caixinhas, não caixões.
Nas minhas primeiras férias solteira achei que fosse ficar comendo poeira, mas nunca tive tanta coisa legal pra fazer e tanta gente e lugar bonito pra conhecer. Adorei me distrair com cada formiga corriqueira.
É melhor ser jardineira do próprio jardim pra garantir um jardim lindo e sem fim. Mesmo com minhocas gigantes e borboletas-morcego não existe coisa mais gostosa do que viver sem medo de perder o segundo corpo e o quarto rim.
Eu gosto de ter por vezes a tristeza, até parece coisa de nobreza... só é triste quem já foi muito feliz ou já ganhou um buquê de flor de liz e comeu de sobremesa.
Eu sou do tipo foda-se nessa hora em que vida nenhuma melhora: me fodo médio e penso qualquer besteira, antes se me fodesse inteira e de cabeça aberta fosse embora.
O que vale mais a pena eu não sei, mas chover em gente já chovida não aprovei porque não fiquei com o coração saltitante ou qualquer coisa assim palpitante: senti ser só mais uma boneca feita em clay.
Fazer coisa de jeito errado também é bom: rir à toa e fazer de chocolate um batom, desconhecer conhecidos e dançar em outro mundo, fazer de conta que coração nenhum tem fundo e viver loucamente comendo bombom.
Eu não gosto de falar sobre o que quero porque na vida isso não passa de lero-lero. Quem é muito convicto sobre o que quer perde a sua liberdade para uma previsão qualquer: coisa mais chata ter na vida só o que espero!
Dessa pessoa que não é presente e deixa a minha cabeça incoerente eu guardo alguns instantes e alguns toques relevantes tão bons quanto pão caseiro quente.