20081221

eu, mundo e fim (ou filme)

eu vou aprendendo que o tempo é uma coisa louca mesmo. depois que vi o homem vendo sua própria morte enquanto menino pensei em duas coisas: 1quando eu encontro pessoas na rua, pessoas desconhecidas, uma delas pode ser eu mais velha ou eu mais nova, ou as duas coisas, ou várias delas, ou ainda eu de outras maneiras por viver em épocas culturalmente e de espíritos distantes 2uma hora ou outra pode ser possível eu pegar um caminho para onde nunca fui? e então não me encontrar na rua ou em outros lugares em outras épocas e conhecer pessoas que nunca conheci e me apaixonar por isso de estar sozinha e longe até de mim mesma?

que coisa estranha é esta das pessoas estarem sempre presas aos blocos da vida... eu ando e penso que as pessoas são só da minha cabeça. é, mais ou menos isso. se eu resolver mudar a minha cabeça as pessoas vão mudar também. e eu vou ser aquela outra-eu que esbarrou em mim enquanto eu caminhava no super-mercado procurando o iogurte perfeito para o dia de hoje. parece uma coisa meio egocêntrica dizer que eu me encontro por aí nas outras pessoas. mas a verdade é que as coisas são egocêntricas. e alguém consegue pensar no outro sem se colocar no lugar dele? numa dessas somos todos a mesma pessoa em fases da vida diferentes.

eu gosto de experimentar raízes. não só raízes amargas ou adocicadas ou salgadas. às vezes eu gosto de pensar só nas texturas. mas o que eu gosto mesmo é de procurar raíz que não tem fim. aquele tipo de raíz que termina só depois do fim das pessoas. o meu fim é menos e o fim da raíz é mais. e o mais legal de tudo é saber que alimentando a raíz ela vai crescendo e acaba ficando maior que todo mundo junto. é difícil de acreditar, eu sei. mas tudo depende do objetivo quando se está experimentando. quando a textura é boa mesmo o meu objetivo é não alcançar o fim. mas mesmo que eu alcance eu faço de conta: ah, que fim você acha que é pra já ir chegando assim?

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