20100807

Pensamentos suicidas inevitáveis e frequentes.

Telefonema por engano em pensão gringa. Doença duradoura, amarelada e silenciosa. Afago despretensioso às duas horas da tarde. Desespero em surpresa das memórias farpadas. Farinha de mandioca misturada em pudim de baunilha. Capuccino com chocolate em falta na dor de cabeça. Luz e dúvida amalgamadas. Parede inchada de tanto chorar a falta de qualidade dos sentimentos. Areia fofa nos ouvidos. Cinco extremidades ressecadas por conta dos toques humanos. Chutes e socos contra a parede durante o banho quente e relaxante. Olhar intenso e longínquo do macaco de pelúcia com coração simétrico e centralizado no peito. Leitura insignificante e ligeiramente adormecida. Conversas com ex-namorados sob pressão de amor vintage. Reavaliação da vida entre aspas. Conceitos volumosos e entediantes. Vontade hipopótimica de sumir enquanto dorme. Premissa de saudade de memória inventada. Filhos adotados por necessidade de todos. Efeito reduzido por complicação pálida, azeda e permanente. Antes da salada de frutas cítricas e avermelhadas. Menino que não morre nem vive. Lembrança que plange enquanto a casa é organizada nos mínimos detalhes. Segmentos flácidos e inesperados de rupturas. Vertiginosa desatenção em volta dos ombros. Latido lastimável de ser humano incógnito. Palavra solta engolida por pássaro comprido e magro. Céu fechado para balanço.

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