20100807

Já na primeira semana.

Como se algo tivesse que evaporar, derreter, ser rejeitado ou transformado para que houvesse alguma continuação dessa coisa que ainda permanece travada em pensamento, mesmo depois dessa primeira semana, desse primeiro ato em que me picotei junto, ao passar a tesoura, sem pensar, em todos os fios que apareciam, que pulsavam tanto quanto minha compulsidade de dissolver matéria para conseguir respirar de novo.

Com o lixeiro transbordando desfio, com a cabeça desfiada também nos pensamentos ausentes, entristeci como quem perde algo precioso, mesmo que fútil até hoje.

A imagem, tão irreconhecível, me deixou ligeiramente tímida de mim mesma: sumi. Era o que eu queria inconscientemente, pode ser. Sumir de mim. Sumim. Até o silêncio me tomou de um jeito diferente, me alcançou em todas as partes do corpo e também nas partes onde meu corpo alcançava.

Picotada, desmaiada e de aspecto duvidoso. Em pensar que a dúvida me preenchia com desleixo ruidoso há alguns poucos momentos. Silenciei, pois não conseguia fazer nada a não ser.

Meus olhos continuam ardentes, com os cantos avermelhados e com o restante opaco. Picotei também o que estava tentando ver, na ânsia de desmanchar o que nunca foi manchado, pois na dúvida a certeza de não ser falha. Malha então outra coisa.

Na comida desconto meu desprezo. Prezo meu canto de não ser feliz enquanto duro. Amoleço. Como lesma encantada, jogada daqui pra fora, refeita em mim, em picote de cabelo, nessa compulsividade que não pára, que não rara.

Até o céu.

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