20100605

esgotar

Acordei pra não saber, dormi pra não saber. E, numa regressão de fatos, há dois anos estou não sabendo todos os dias. Eu sei que há anos eu já esgotei o que não deve ser passageiro, por isso hoje tudo é paisagem. As paisagens são destruídas o tempo inteiro e se transformam e se deformam e nada. O que não deve ser passageiro me faz alguma falta passageira. Pelo motivo de não ter passado ainda, mesmo depois de tanta paisagem sobre paisagem. Permaneço mal humorada, mas queria apenas permanecer quieta. Tenho que me permitir na prática, minha amiga sublinhou há algumas horas. Me permitir? Estou enjoada, quero vomitar. Era mentira. A verdade é que isso tudo é muito estranho. Frequentemente acontece algo que me tira da minha vida e, então, lá vou tentar me achar no meio da confusão. Quando eu afirmo meu mau-humor, ele mais tem a ver com algum tipo de preguiça, que não se refere a uma preguiça física, evidentemente. É um enjôo das coisas, como eu disse antes (a mentira era outra coisa). Será que é mesmo por aqui que as coisas vão ficar? Repetidas vezes a mesma situação. As pessoas são loucas mesmo. Se eu fosse uma minhoca seria natural me permitir ser transformada e deformada junto das paisagens, e destruída também. Mas sinto que eu já esgotei as goteiras do desgosto.

2 comentários:

Naiara Lima disse...

Permaneço mal humorada, mas queria apenas permanecer quieta.

atoron!

Tati P. disse...

como a gente consegue ir seguindo depois disso eu já nem sei também... nada disso significa algo mesmo né?