20070830

Ralar queijo e picar amendoim.

Foi no mesmo momento em que tranquei a porta e deixei a chave do lado de fora. Entre a fechadura e eu, estava a chave do outro lado: só eu tinha o poder de colocá-la mais seguramente à minha frente. Um sentido se fez: não haveria ninguém para me obrigar a fazer isso. Eu poderia, muito bem, deixá-la lá, para que, talvez, nos próximos instantes, alguém me trancasse ou levasse a, até então, minha chave para algum lugar distante da minha, e da chave, fechadura. Quando que eu poderia imaginar que ao colocá-la para dentro da casa, ela forçaria minha ausência de pensamento a girá-la no sentido contrário? Ela me forçaria, então, a não provocar mais sentidos pré-estabelecidos, entre a fechadura e eu.

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