20070809

outra lacuna, aqui

(...) aquela vez, sob uma árvore e sol, bateria e barulho. Nos óleos piscantes, enche nossa volta toda de gente. Quantas vezes olhei e não via suspeita nenhuma. Respirei alguma neblina aquele dia. Saí com uma mancha (quase-batida) linda e roxa na perna. Aquela mancha não esqueço nem que não me doesse ainda qualquer estômago. Durou muito tempo, que hoje parece pouquíssimo. Foi a minha vida de mim, carrego ainda a saudade da batida.

Uma coisa, contudo, eu entendi: as coisas não têm sentido porque não não não não não não acontecem. Se alguma coisa tivesse sentido, ela acabaria em não ser uma coisa, seria qualquer coisa que pudesse permitir "não ser". É essa coisa que "não é" (como a minha linda batida roxa) que eu quero pra mim eternamente. Enquanto ela não cai em mim, eu sou, sem sentido nenhum.

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