20070729

entre uma coisa e outra tem ar

Não odeio a calma da vida. Odeio aquela coisa de respirar pesado, poque muita calma tem no ar. Não me agrada nem um pouco que seja a demora pra viver uma agitação pouca. Pois é assim eternamente: quando é pouco, vive-se devagar; quanto é muito, rápido. É isso que eu odeio na essência. Poderiam as coisas se inverterem, seriam como café quentinho com chocolate no inverno. Penso, logo, que a tristeza seria menos viável e que os suspiros aconteceriam mais leves. E como a vida, mais leve, seria igualmente (do tanto de mais) mais fácil. Porém aí acho que houve um engano. Se tudo viesse a ser (mais) incoerente, leve não seria fácil; seria, então, quem sabe, um punhado de pedras que não escondem facetas de tapas. E de tapas uma vida não me sensibiliza calma. Mas é da calma que fujo, oras. Então tapas me vêm a calhar? Pois, não é bem assim que pensara antes. De calma, quero a vida pesada e difícil, então calma também. E não tapas. Em contradição, se tapas vierem "do tanto de mais" difícil, seria como café quentinho com chocolate no inverno.

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