20120517

Uma lasquinha de sol no rosto,

logo pela manhã, deixa uma das dobras da testa um pouco mais iluminada das loucuras todas: loucas! loucas! loucas! A dobra é a menos tresloucada do que todas as outras. Ela é a única que percebe toda a aflição das dobras enquanto lutam para todos entenderem: as coisas não passam, as coisas franzem! Onde é plano as armadilhas estão armadas ou em processo de armação, já onde é franzido, todos sabem, as armadilhas dormem. E a luz, caso pegasse em plano, queimaria qualquer loucura em extensão de pele e isso soaria como a maior sensatez de todas: o medo de mudanças e de andanças: a pele lisa e única em sua polidez. Armadilhas dormidas não mais, o que seriam das faces dormidas se as peles-sensatas não percebessem a aflição das dobras? É um único/é um úmido/é um vício. O que é plano escorrega as coisas para frente, para trás e para os lados, como se nada se misturasse o tempo inteiro, que é inteiro por não ser segmentado em elegantes peles estáticas na [vida]. Não são camadas e não são organizadas, são só banhadas num todo que se encontra a todo instante e brilha por ser de gel, de geléia ou de doce-de-leite. Peles brilhantes descansam em paz e em doçura.

[2009]

Um comentário:

Tati P. disse...

lindo, anna...