20090309

Quem fala?

Corpo percorre corpo, percorre parado, enjoado. Murmúrio de sangue correndo de corpo em corpo ou de água filtrada ou fervida de bule em bule. Coisa aqui em contato com coisa ali. Vinil viril pegajoso em porco-corpo frio. Compatibilidade de verdadeiro e falso. Cutucar ferida fervida em pele ansiosa por tempo-fim. A essência da essência. Nada é tão essencial quando o céu não está maduro. Todo mundo amará doce grátis. O futuro nunca chega. O presente não tem liga metálica com o passado. O passado não quebra. O passado não assa. O passado é massa crua. O presente é massa-podre. O futuro é o presente que não pára. Não quero falar de superfície. Resta que a zona rural sempre conforta os aflitos. Planta. A zona rural planta. E se os corpos nascem de outros corpos, a vida não tem fim. A vida não tem finalidade. As proposições são infinitas. Como as vidas e a zona rural. Árvore, árvore, árvore. As pessoas correm demais porque são curiosas para chegar na finalidade da vida. A vida não existe, só a corrida das pessoas. Em primeiro lugar o asfalto. Em segundo lugar a indeterminação. A palavra grava foice em pedra. Grava pedra em foice. A palavra corre no asfalto com as pessoas que estão loucas de tanto asfalto indeterminado. As pessoas têm pressa de comer poeira. O futuro poderia estar no fim do asfalto. A poeira turva a visão do passado. A poeira infecciona a ferida, por isso que a ferida ferve. Alguns fantasmas brincam de chegar no tempo-fim e voltar. Eles fazem isso só para rir da cara das pessoas ansiosas. O mundo dá nos nervos. Na verdade o infinito não existe. É tudo uma coisa só que um dia morre. Acho que estraguei a brincadeira.

Nenhum comentário: