20120627

nem tudo voa

nem tudo nada
nem tudo baba
nem nada boba
nem nisso oba
nem nessa aba
nem nunca boa
nem nome não
nem name noa

20120624

gordamente palavréricas - com emilleam

~ tô gorda até o pescoço
~ tô gorda até o ouvido, gorda até o suspiro
~ gorda até a padaria da esquina, gorda até no universo paralelo
~ gorda até o avesso, e depois, e depois
~ gorda até do avesso e vice-versa
~ GORDAMENTE LOUCA: gorda até a mente, pingente, corrente, serpente
~ gordamente gordasente gordagente; vertente poente cadente; pente lente quente; gordafitness
~ gordatoda gordatorta gord-à-toa
~ petit gordé: mon petit gordé suiss mon du jour petit pois gordé gordé
~ gordalesa mas que beleza gordalenga
~ mas que beleza, em fevereiro teeeem gordaval
~ gorducha patota fofucha
~ gordamente fanha, gordamente fronha
~ gordamente atrasada!
~ gordamente eternemente atrasadamente&corpo: gordamente&corpo&alma
~ EXPERIMENTE NOSSO CREME PARA A PELE
~ DEIXA EU VER SUA ALMA GORDALMAMENTE
~ novo LUX LUXO gordamente&corpo&alma: pra sua pele ficar gordamente macia
~ gordamente impossível
~ GORDAMENTE MAGRA
~ gordamente: vidamente&corpo&alma&saúde&lazer

20120622

quem com fala fere, com cala será ferido

quem com mala bege, comigo será roído
quem com palha tece, com fisgo será puído
quem com quem merece, com quem será fervido
quem descer conhece, comigo se parece
quem com quem amolece, ésse ésse ésse

quem com pele fere, com pele será ferido

1 nada vale a pele
2 tudo vale a pele

20120614

vida:

tem quem aguente
tem quem não aguente
eu fico entre

20120612

O verão é enxaqueca e o inverno cachoeira, quando venta é porque pensei e não falei. O mar só enche quando tenho gripe e o ar só vence quando tô sem crise. Se chove é porque chorei pra dentro, se chorei pra fora é verão sem vento.

[março de 2010]

20120609

20120608

calor,

colar,
coral,
carol.

20120606

ad bionicum

uns são belos,
outros são libélulos

20120531

bobiça

arrumo o sofá com almofadas: saio e olho de volta: bob derruba algumas, deita e pensa olhando pra mim: "tinha pouco espaço pra deitar, poxa"

20120529

quasefala do bob

em dia de trovoada:
~esse cachorro rosnando deve ser imenso!

20120526

me cala e me muda.
me planta e me mala.

20120523

desassossego estapafúrdio

20120521

entre as suspensas prosas

relato e convenho, pratico injúrias e cítricas plenitudes pessoais, reparo brevemente e me retiro até a parede: que me esvai, me enquadra em andamento afirmativo, sim senhor. estamos aqui, sentados, pálidos ou bronzeados, ricos alfanuméricos, pressentindo um mar de ventania, bobeando, babando, brotando das cobertas geométricas. colírios são eles que nos pressionam: cóleras, coleiras, pulgas e alpargatas. eles não existem senão como grãos semi-visíveis: cintilantes, crocantes, abóboras. minha pele me coça, me ossa, me mira em mim mesma. molhados os olhos, me viro pra noite: converso comigo e me abraço, não me derrubo em desgosto, tenho liga e me embaço.

e cereal

estou cada vez mais pro inútil praquelas vidas todas que são pazes de plissar de jogar em aterro em enterro de ar de céu de mar qualquer coisa que insiste em passar pisar na terra nas guelras pulsantes pensantes flertantes com nuvens com sóis com sílabas capazes fugazes assaz em mel em miados em melados em véus sentidos capturados rompidos em cinco em dez em vinte e três soquetes raquetes ou placas vedetes ao meio-dia e meia corneta faceta azul de coringa marítimo ou ritmo ímpeto precipício de ossos

20120517

Uma lasquinha de sol no rosto,

logo pela manhã, deixa uma das dobras da testa um pouco mais iluminada das loucuras todas: loucas! loucas! loucas! A dobra é a menos tresloucada do que todas as outras. Ela é a única que percebe toda a aflição das dobras enquanto lutam para todos entenderem: as coisas não passam, as coisas franzem! Onde é plano as armadilhas estão armadas ou em processo de armação, já onde é franzido, todos sabem, as armadilhas dormem. E a luz, caso pegasse em plano, queimaria qualquer loucura em extensão de pele e isso soaria como a maior sensatez de todas: o medo de mudanças e de andanças: a pele lisa e única em sua polidez. Armadilhas dormidas não mais, o que seriam das faces dormidas se as peles-sensatas não percebessem a aflição das dobras? É um único/é um úmido/é um vício. O que é plano escorrega as coisas para frente, para trás e para os lados, como se nada se misturasse o tempo inteiro, que é inteiro por não ser segmentado em elegantes peles estáticas na [vida]. Não são camadas e não são organizadas, são só banhadas num todo que se encontra a todo instante e brilha por ser de gel, de geléia ou de doce-de-leite. Peles brilhantes descansam em paz e em doçura.

[2009]

20120514

desvida, mas não morte