20100502

Continuei o dia com cara de choro, com um sorriso de comédia romântica e com um café gritando na minha cabeça em som de burburinho.

Hoje eu ouvi meu café enquanto assistia uma comédia romântica com cara de domingo. Porque deve-se concordar que domingos e comédias românticas tem uma relação estreitíssima. Isso quando não se sobrepõem sendo praticamente inseparáveis. Aliás, assistir comédias românticas em dias de semana é querer transformar os dias em domingo. Imagine uma semana feita só de domingos!? (Sempre choro aos domingos, nem que seja só por dentro.) Mas eu ouvi mesmo meu café, até me assustei a princípio. Era um burburinho, parecia que eu estava com o mp3 player ligado com os fones pendurados no pescoço. Chequei se o mp3 player estava por perto e ligado, mas nada. Aí resolvi continuar a beber o café e o burburinho ali, no meu ouvido. (Ou pendurado no meu pescoço.) Não, não, descobri que o burburinho vinha da xícara branca. (Pelo menos não eram os fones que estavam na xícara branca, num chá de fones de ouvido.) Fiquei por um tempo ouvindo o café, mas ainda estava desconfiada que o burburinho vinha mesmo do café, porque eu estava assistindo o filme, não estava tão silencioso assim para que o ouvisse. A não ser que o café estivesse aos berros dentro da xícara. Acho que foi isso que aconteceu. O café devia estar desesperado. Só não consegui compreender pelo quê. Por que um café se desesperaria num domingo? Será que ele chorava junto comigo? Foi que o bebi bem rápido com a pretensão de que ele se calasse. Ou gritasse só por dentro pra não aborrecer o domingo inteiro. Fiquei com uma pontinha de dor de cabeça, só pode ter sido ele desabafando por dentro de mim.

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