20090417

coleções

eu vou resgatar minhas paixões por coisas franzidas, emburradas e amassadas. logo depois, ou, na verdade, pode ser tudo ao mesmo tempo, vou colecionar números de casas. uns com desenhos, outros com letras junto, de cerâmica, de aço (porque ferro nem existe - essa mania das coisas de existir e deixar de existir) e tudo mais misturado. eu quero também colecionar carinhos (talvez até sem registros): os tipos de carinhos: apertados, leves, fluidos, bruscos, secos, e também onde são feitos e em quem ou no que (cães, gatos, pessoas, bichinhos de pano, monitores de computador...). e, ainda, colecionar partes do corpo das pessoas que eu gosto, como: atrás do joelho, os ossinhos do lado do pé, o início do calcanhar visto por trás (aquele músculo bonito), os meios de testas (entre um olho e outro), a região da barriga abaixo do umbigo, o ossinho antes da mão, o pulso por dentro franzido (esse entra nas coisas franzidas também) e os sorrisos (que são clichês, mas eu adoro também) - de bocas fechadas e abertas. e mesmo que umbigos façam parte das partes do corpo, eu quero que a coleção de umbigos seja à parte. eu quero ter vários umbigos desconhecidos, eles têm que ser desconhecidos. e a última coisa: sempre que eu for a algum lugar novo (e não esquecer) eu quero uma pedra do lugar e, então, ando com essa pedra sempre comigo até ir a outro lugar novo, onde eu pego outra pedra e no lugar dela coloco a do outro lugar.

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