Sabe como é quando aparecem coisas assim na vida: meio sol, meia cama, meio travesseiro, meio potinho de iogurte; duas vezes mais feliz, duas vezes mais triste, dois pedidos no balcão, dois corações pulsando; quatro mãos, quatro pés, quatro vezes a vontade de sair voando, quatro pulmões, quatro abraços apertados seguidos; cinco furos nas orelhas; oito olhos; vinte dedos; incontáveis pintas no corpo, incontáveis bactérias nas bocas/beijos, incontáveis fios de cabelo, incontáveis movimentos e fadas.
Na hora de pensar, pedalando o vento, eu só quero não pensar daqui pra frente/daqui pra trás: dá um terror: horrorizo-me cada vez. Quantas palavras aparecem no ar, embaralhadas, para, com uma só mão, a minha, e alguns dedos e fadas, darem forma para estas coisas que só foram feitas para flutuar de/na névoa: muito névoa, eu chamo de minha névoa.
(Estar de névoa é lindo: é névoa. Névoa é um sentimento: sou de névoa/está tudo névoa. É quase sonho, mas não sonho-bom-utópico: é sonho-aqui-agora: é névoa, oras.)
20071028
20071021
Por um momento olhei pro céu bem-branco
e tive um medo enorme da vida e de tudo isto: começo-meio-fim. Queria poder viver tudo junto, sem saber onde estou, não poder pensar em palavras, em vida, em caminho. Que tudo fosse uma coisa só, banhada de gel - quente - e de nós - e só. Não acho caminhos, meu coração bate mais do que deveria neles. É uma coisa intensa, mas eu respiro mais intensamente que a coisa e ela passa. Queria poder ficar sempre eu de um jeito, não essa confusão de ser eu de um jeito/todos. Eu quero teu jeito em todos os meus jeitos. Nada diferente de estar no gel. Um medinho.
20071017
meu céu 2
Acordei e olhei pro relógio e ele não me disse nada. Voltei a dormir. Levantei a mão como se o céu estivesse a um/meu palmo de mim.
Ouvi minha mãe dizer: posso te fazer um sanduíche, Paulinha?
Comi o sanduíche triplo integral com alface/tomate/queijo, ainda de camisola da Minnie e pantufas roxas de pés dinossauro.
Arrastei as pantufas novamente até o quarto e voltei a dormir. E encostei a minha mão no céu.
Ouvi minha mãe dizer: posso te fazer um sanduíche, Paulinha?
Comi o sanduíche triplo integral com alface/tomate/queijo, ainda de camisola da Minnie e pantufas roxas de pés dinossauro.
Arrastei as pantufas novamente até o quarto e voltei a dormir. E encostei a minha mão no céu.
20071015
Mais porque é de sonho,
de névoa e de alguma coisa qualquer que vi a tempo de correr e abraçar por alguns segundos.
20071004
20070929
20070928
Estas coisas são reais.
E não é coisa de entender, e não precisa ser. O melhor de ser real é ser simples. Como espuma de mar ou de suco, encontrar-se só sobre. Quão espessa essa espuma dura, e leve: leve de sonho. Tão leve que te pede, que te dura até os sons mais baixos e as cores mais claras: tão frias que aquecem teus lábios e tua pele em mim.
20070925
20070920
Paula diz:
ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu ah! ah! ah! a la queuleuleu
ah! ah! ah! a la queuleuleu
20070919
20070918
um asco, dois ascos
Vi que este pó é tão igual a todos os outros pós quanto qualquer pó que me faz espirrar. Grudas este teu pó longe de mim que dele tenho asco.
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
O INFERNO É MAIS QUENTINHO
14 Esperar
Ilusão, Estado de
1 Paixão aleatória 2 Correr e não alcançar nunca 3 Pegar o vento por fora da janela do carro 4 Tontura 5 Vomitar e engolir a saliva amarga 6 Engolir falas de angústias 7 Feridas que não doem, cicatrizam 8 Mágoas esquecidas 9 Felicidades esquecidas 10 Lembranças 11 Amar 12 Esperar 13 Não ter medo
1 Paixão aleatória 2 Correr e não alcançar nunca 3 Pegar o vento por fora da janela do carro 4 Tontura 5 Vomitar e engolir a saliva amarga 6 Engolir falas de angústias 7 Feridas que não doem, cicatrizam 8 Mágoas esquecidas 9 Felicidades esquecidas 10 Lembranças 11 Amar 12 Esperar 13 Não ter medo
20070917
20070916
Acordei na espera de um presente,
entre melancolia e vazio, entre pausa e enjôo, entre meu sonho e a saudade que tenho dele.
Prestes a chutar o balde, ser livre para partir para o próximo balde e me afundar nele.
Talvez me surpreenda.
Prestes a chutar o balde, ser livre para partir para o próximo balde e me afundar nele.
Talvez me surpreenda.
20070915
Assinar:
Postagens (Atom)