20071028

e fadas/névoas

Sabe como é quando aparecem coisas assim na vida: meio sol, meia cama, meio travesseiro, meio potinho de iogurte; duas vezes mais feliz, duas vezes mais triste, dois pedidos no balcão, dois corações pulsando; quatro mãos, quatro pés, quatro vezes a vontade de sair voando, quatro pulmões, quatro abraços apertados seguidos; cinco furos nas orelhas; oito olhos; vinte dedos; incontáveis pintas no corpo, incontáveis bactérias nas bocas/beijos, incontáveis fios de cabelo, incontáveis movimentos e fadas.

Na hora de pensar, pedalando o vento, eu só quero não pensar daqui pra frente/daqui pra trás: dá um terror: horrorizo-me cada vez. Quantas palavras aparecem no ar, embaralhadas, para, com uma só mão, a minha, e alguns dedos e fadas, darem forma para estas coisas que só foram feitas para flutuar de/na névoa: muito névoa, eu chamo de minha névoa.

(Estar de névoa é lindo: é névoa. Névoa é um sentimento: sou de névoa/está tudo névoa. É quase sonho, mas não sonho-bom-utópico: é sonho-aqui-agora: é névoa, oras.)

Um comentário:

Unknown disse...

até acho que entendo, mas só acho.


:D