20121205

Entrar naquele tedioso equilíbrio onde não és mais como uma chaleira que transborda a água sobre o fogo, num risco duplo de se queimar/de apagar o fogo, que faz gerar essa energia que te faz sobrevivente em plenos dias suados, secos por aqueles que formam tua vida, que te montam, que te contam de outras formas, que te vivem como se não houvesse água na chaleira, mas apenas a chaleira, vazia e posta no fogo. Assim te fazem os dias, assim que te encontram em meio ao vapor quase todos os dias, quase todo o vapor que já não sabes mais, que já não há mais equilíbrio com o qual consigas conviver nesses entediantes medos, nessa cautela excessiva, sem passo à frente nem passo atrás, sem nunca arriscar à beira, sem nunca riscar a nuca no que chamam de chama, que nunca alcançamos nem tentamos, que não nos faz a cabeça nem nos toca no pescoço, no que continuamos ausentes e tranquilos um no outro, onde a chaleira parece mais leve se contada assim, em plena e morna paz.

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