20090704

Eu não sei porque penso tanto em palavras para traduzir algumas coisas.

A verdade é que eu penso mais nas palavras que traduzem as coisas do que nas próprias coisas. As coisas, por mim, nem precisariam existir por concreto, pois, para mim, a essência está NA essência. As coisas que não têm essência podem até me atrair por concreto, mas são as essências por completo que me preenchem, mesmo que afastadas de mim por decreto.

Eu não me importo com os concretos que de mim pensam ser alguém que fala e nem diz nada.
E tem algo mais LEGAL que dizer nada?
Nada.

A verdade é que eu digo, mas o problema é que eu esqueço do concreto. E nada é o que não é concreto. Nada mais, nada menos que isso.

Eu me apavoro em vão, em ser essência para estar no mundo. EM ESTAR NO MUNDO.

2 comentários:

Vinicius disse...

Eu já gosto de você porque você parece pensar muito nas palavras, com carinho. É como transformar o mundo, que às vezes é chato se a gente pensar só na essência dele. Manoel de Barros dizia que a graça das palavras é porque elas aceitam tudo. Já as pessoas e algumas coisas do mundo não aceitam, nem o nada, que é tão legal. E saber somente que existe a essência, por si só, é ter o poder de transformar e ainda assim conhecer a realidade. Acho que foi Platão que definiu a realidade como presente apenas no mundo das idéias. Já as palavras, não são a realidade, são pra brincar mesmo. E você faz isso muito bem. Por exemplo, eu adoro pensar em almofada como a alma das fadas.

Falei demais.

Tati P. disse...

"As coisas que não têm essência podem até me atrair por concreto, mas são as essências por completo que me preenchem, mesmo que afastadas de mim por decreto."
Adorei.

E eu odeio como dizer algo pode ser tudo. Eu quero dizer quando as palavras atropelam a língua e só. O resto do mundo é silêncio, e o silêncio faz parte dele, embora ninguém compreenda. Dizer nada pode ser dizer tudo.