20080406

Alfinetei a minha cabeça de grama-verde-clara pra ver se acerto em algum pensamento.

Perdi muitas das gentilezas que me formavam. Perdi essa parte de mim, mas não por isso a esqueci.
Ando de um lado pro outro, olho de cima pra baixo, e, em movimentos circulares, eu enxergo gentilezas nas coisas.
Porque o pó, por exemplo, tem a gentileza de não voar em mim. A tv é gentil quando me deixa escolher ligá-la ou não. A geladeira gela tudo pra mim, só pra eu não comer coisa estragada. Sem falar das coisas que são gentis só por existir, como a música sleep da Kimya Dawson.
Que motivos tenho eu pra perder minhas gentilezas? As gentilezas daqui tenho que levar pra fora comigo. Grosserias cansam. Qualquer grosseria, mesmo mínima, precisa me fazer quieta.

3 comentários:

Maika Pires Milezzi disse...

Ah, mocinha... você faz falta na aula.

Maika Pires Milezzi disse...

E ele se chama Renoir. :]

Unknown disse...

Ana Paula.

Sou amigo da Raquel Stolf e estamos criando juntos um livro. Ela me falou de você, falou doce, falafel, então avisou do quase-fala, que saboreei. E mais: a Maika (fui eu que dei o nome, ela tinha dias) é minha sobrinha de fato! E eu sou Tapado, Renato, mas aberto a poros poéticos. E mais: hoje às 19h30 vou ler Vinicius de Moraes no Petit Café da Rafael Bandeira (esquina Bocaiúva). E você pode quase-ler meu site: www.renatotapado.com.
E um beijinho!