e começou a chover na minha vida
como se eu não tivesse nascido
começou a trovejar
e eu nem sabia por onde começar a viver
com tanta chuva
e tão poucos banhos quentes
ninguém me fazia feliz
nem eu a mim mesma
em lugar nenhum
devo ter nascido pra correr
atrás do prejuízo ou de anteontem
talvez pra comer até enjoar
ou pra simplesmente olhar pra vida
e continuar sem entender nada
como se isso tudo fosse apenas um teste
onde eu nunca entendi o que devia fazer
mas um dia poderia passar a limpo
mesmo assim
talvez logo eu possa desistir de tudo
das provas finais
dos apitos de largada
e dos falsos amigos
da coisa mal escrita
mal pensada e mal olhada
desses ovos que todos pisam
(tanto faz quem são eles
pois se refletem infinitamente um no outro
mesmo os que se odeiam)
trovões chutados
voluntários
no pessimismo nosso de cada dia
20130919
20130918
20130916
com quantos bocejos se faz um sono?
com quantos sonos se faz um sonho?
com quantos sonhos não se faz mais nada?
com quantos sonhos não se faz mais nada?
20130906
20130904
tem gente que inventa
tem gente que transventa
tem gente que esquece
tem gente que transquece
tem gente que enxerga
tem gente que transxerga
tem gente que parasita
tem gente que transita
tem gente que esquece
tem gente que transquece
tem gente que enxerga
tem gente que transxerga
tem gente que parasita
tem gente que transita
eu gosto de escrever,
mas não gosto de ser lida. eu só consigo escrever quando entro na frequência do meu esquecimento. ou ninguém lê, pro caso de um texto público. ou ninguém lerá, pro caso de um texto num bloquinho pessoal. é por isso que morro de medo de morrer. e de pensar que alguém pode ler meus textos um dia. até aqueles que escondo de mim mesma, que detesto pensar que eu posso relê-los. aliás, se eu me releio, ou me deleto, ou me rasgo, ou me mudo, ou me cego. só não me mato. enfim.
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